A Louca da Minha Amiga

22 anos, estudante universitária, mente positiva, simpática, sempre pronta a ajudar... Ah, desculpem, não era suposto descrever-me de forma tão pouco pessoal, pois não?

Bem, acho que vou então optar por contar a história de como cheguei aqui. Preparem-se, vai ser longa, se não gostarem de ler muito então este blog não é para vocês visto que eu tenho dificuldades em parar de escrever.

No meu 6º ano a minha mãe decidiu dar-me um livro, que segundo ela, era uma prenda por ter boas notas. Mas pensando bem agora no assunto, a minha mãe nunca tinha feito tal, presentear as filhas por tirarem boas notas e nunca mais o fez, daí eu saber, que aquela prenda era nada mais nada menos que um incentivo para eu começar a ler.

O que andava na moda na altura era a saga twilight e eu chateie a minha mãe que queria ler o crepúsculo. Onde já se viu uma adolescente interessada em ler um livro em vez de ver logo o filme?

Depois do crepúsculo, veio o lua nova, o eclipse, o amanhecer, e depois toda uma panóplia de livros sobre vampiros e anjos caídos, e tudo muito romântico e sobrenatural. Ao ponto de a minha mãe se ter arrependido de me ter dado aquele maldito livro do crepúsculo que quase a levou à falência por comprar tanto livro depois desse.

Juntamente com este gosto por romances sobrenaturais, apareceu os tão por mim amados, One Direction, e com eles, a minha iniciação ao mundo das páginas de fãs no Facebook e às fanfics do Wattpad (ainda alguém usa esta plataforma?). Como super fã que eu e as minhas amigas éramos, decidimos então criar uma fanfic sobre esta maravilhosa banda onde nós éramos as personagens principais e, como tal, as namoradas dos membros da banda. Sonhar é bom, estranho é ter um bando de adolescentes que preferem ficar em casa a escrever uma espécie de livro em vez de irem sair ou estar com os amigos.

Foi nesta altura que eu descobri este gostinho pela escrita. Conseguimos terminar a nossa primeira fanfic intitulada, Um Ano da Minha Vida, que era publicada religiosamente no Facebook, e mais tarde no Wattpad (porém, nunca cheguei a acabar de a publicar neste último - se estiverem curiosos ~digam, talvez volte a apostar na ideia). No meu 8º/9º ano, comecei a escrever uma outra, desta vez sozinha, mas nunca a terminei apesar das sucessivas tentativas, que acabava por colocar de lado.

No verão do 10º ano já não escrevia há algum tempo, mas a inspiração para tal atingiu-me com força quando comecei a namorar. Em vez de fanfics comecei a escrever longas mensagens de amor, que numa outra época seria belas cartas de uma rapariga apaixonada. Sentia-me de tal forma inspirada que olhar para uma nuvem ou uma árvore, levavam-me a criar pequenas metáforas sobre o amor.

Os anos foram passando e os estudos eram cada vez mais exigentes, até que cheguei à faculdade e a obsessão do sistema de ensino em ter os alunos a decorar matéria e mais matéria e a despejá-la no dia do teste, levaram-me a ter uma aversão à escrita. Ao contrário dos meus colegas que usavam duas folhas de testes (mais de 4 páginas) para responder às questões, eu raramente ultrapassei as 3 páginas e isso refletiu-se nas minhas notas em cadeiras teóricas que não eram muito além dos 14 valores.

No estágio curricular que realizei no meu 3º ano de licenciatura, perguntaram-me se eu era boa a escrever, ao qual expliquei toda esta história de forma resumida "Já cheguei a escrever uma espécie de livro quando tinha 13 anos, mas já não gosto de escrever", mesmo assim, consideraram-me boa o suficiente para escrever artigos para o blog deles. O estágio acabou com muita tristeza minha (depois explico melhor o que aconteceu) e com ele a minha escrita de longos textos.

Iniciei o Mestrado, e como todos nos apercebemos ao longo da nossa vida, quanto mais velhos ficamos, mais pequeno fica o nosso círculo de amigos, sendo sempre complicado confiar em alguém novo a 100%. Dito isto, tudo o que me acontecia no meu dia a dia era partilhado com o meu namorado, o que, apesar de ser querido, faz com que alguém que querem ver bem esteja constantemente sobrecarregado não só com os seus problemas bem como com os da pessoa que ama.

E chegámos à situação atual. A minha necessidade de partilhar as minha experiências, opiniões e dicas, juntamente pelo gosto de escrever, levaram-me a tomar a decisão de criar este blog que, mesmo que não tenha sucesso, pelo menos ajuda-me a relaxar e descontrair, como se estivesse a falar com uma amiga.

Com amor,

A Louca da Minha Amiga